Terça-feira, 9 de Julho de 2013

Sargento botas peludas

Estive a pensar e, segundo os filmes de ficção científica, a sociedade evoluirá para um caminho negro, onde os homens serão substituídos por robôs cinzentos e sem variações do tom de voz. Apesar disto ser muito lucrativo para a indústria do cinema, sinto-me em condições de afirmar que ouvir a música “sonhos de menino” num boneco com uma antena em vez de uma peruca não será a mesma coisa.

Mais, seria insupurtável ouvir as máquinas de detecção de metais a apitarem constantemente nos aeroportos, já para não falar do tempo que ali se perderia. Além disso, pergunto-me se a força policial robotizada teria a mesma falta de paciência ao trabalhar nestas zonas de controlo. Todos sabemos que a ociosidade é uma qualidade que contempla tanto seres racionais como irracionais, mas o modo de actuar das actuais forças da lei sempre nos darão esperança de sobreviver num mundo onde a ilegalidade é o prato principal.

 

Por outro lado, imaginem a vantagem de haver ratos mecânicos, que normalmente são os primeiros a ser testados. Seria muito mais fácil para um gato robô encontrá-lo, podendo juntar a sua audição ao seu olfacto quando fosse à caça da sua refeição. Melhor para os gatos e melhor para nós. Os ratos que se fodam! Não são eles que são sempre testados em primeiro lugar?

Para aqueles que insistem que faíscas a saltitar em vez de sangue a jorrar são um espectáculo mais interessante, só lhes posso dizer que os animais guincham de forma mais estridente do que nós. Será mais agradável e menos cinzento ouvir a chapa de um gato a rebolar no chão do que ver as mãos da Maria ferrugentas. Para os controlar, bastar-nos-ia uma AMPULHETA com óleo e um brinquedo de metal para os manter sob controlo. Assim todos ficam felizes. Deste modo, deixaria de existir a ameaça sci-fi onde seríamos dominados por máquinas.

 

Em vez de tentarem mudar o mundo, talvez devessem investir as suas energias a tentar mantê-lo assim, com árvores que demoram anos e anos a crescer e todas essas merdas que achamos lindas quando as lemos num poema. Os contratos sociais e o nosso instinto de sobrevivência até são engraçados, apesar de nos darem trabalho desnecessário. Prefiro sempre oferecer um abraço a uma gaja boa do que ser agredido por uma máquina que não sabe quando parar.

 

Por tudo isto afirmo ser muito melhor assistir ao Gato das Botas do que ao Star Wars. Viver uma vida incerta será sempre mais interessante do que uma vida pré-concebida mesmo antes desta começar. É importante não esquecer que somos seres humanos, que temos de obedecer às nossas necessidades básicas. Tudo o resto é opcional. Como dizem os “A Deolinda” “andamos todos uma casa ao nosso lado”, queremos mesmo isso?

 

Paulo Jorge Rocha

Publicado por Universo de Paralelos às 16:12
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1 comentário:
De golimix a 11 de Julho de 2013 às 17:36
Mas já devias saber que a humanidade não se contenta com o "básico".


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